quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O que senti naquele dia 24 de Junho 2011


O texto que passo a transcrever ilustra o momento da descoberta...
"Foi assim que me senti na sexta-feira (24 de Junho 11) após ouvir "confirma-se o que eu suspeitava". Ela sabia e eu, de certa forma, também suspeitava, só não acreditei que fosse assim tanto. Custou muito ler aquelas palavras e aguentei as lágrimas dentro daquelas 4 paredes. Toda a viagem me perguntei porque isto me estava a acontecer a mim, enquanto sentia lágrimas pelo rosto, geladas. Gerou-se uma confusão na minha cabeça, a barriga doía e só me apetecia meter para fora o nada que tinha dentro do meu estômago. Pensava como poderia eu contar aos que me amam o que se estava a passar. Cheguei, carregada de um nervoso incontrolável, a chorar... "Então?", perguntaram... Bastou aquela palavra só para deixar todos desolados e em lágrimas. É uma enorme sensação de impotência. Custa muito ver o sofrimento que gerei à minha volta, estão todos em sofrimento por causa de mim. Não queria que isso acontecesse.
Eu... estou tranquila, mas mentiria se dissesse que estou bem. Sei que serei capaz e "ele" não me consegue vencer. Só ainda não consigo evitar as lágrimas sempre que alguém me diz "força". Aí o meu coração ainda treme e fico com um nó na garganta. Mas isso o tempo ajudará a que eu consiga dizer o quão forte eu vou ser nos próximos meses.
Não quis contar a ninguém além dos meus pais, avós paternos e ao meu namorado. Não quero que ninguém sinta pena de mim. Eu não estou doente, só tenho um corpo estranho dentro de mim que rapidamente será removido.
Tenho consciência do que me espera e do quão duro serãos os próximos meses, mas eu sou forte e vou prová-lo a todos os que gostam de mim. Comigo sei que terei sempre os que mais me amam. Obrigada a todos!! Mantenham-se comigo porque ainda que não admita, eu preciso de vocês."

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ansiedade vs nervosismo

Continuo à espera que o telefone toque...
À medida que os dias passam vou ficando mais nervosa, sei que tem que ser mas quanto mais espero pior se torna a situação. Queria que fosse o quanto antes, assim quando estiver está....

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Consulta de cirurgia

Na passada 3ª feira fui à consulta de cirurgia para saber os últimos detalhes antes de ser operada. Fui vista por um médico novo que mal leu o processo me disse: sabes que vais ser operada e vamos-te tirar tudo. Por acaso eu já tinha conhecimento disso, caso contrário seria indelicado o assunto abordado daquela forma. Aproveitei para esclarecer algumas dúvidas. A tiroidectomia total (remoção total da glândula da tiróide) não me trará problemas ao nível intestinal, de estômago, de intolerância ao frio e calor, de stress, de fertilidade, etc. praticamente o que ele me disse foi que é-me retirada toda a tiróide mas que tomarei um comprimido  de levotiroxina pela manhã (como já tomo, mas com uma dose superior) que substituirá toda a função desta glândula. Também me esclareceu que normalmente a cicatriz tem cerca de 6cm e que acerca da mesma tudo varia consoante o cirurgião, uns dão pontos que terão que ser removidos, outros optam por pontos absorvíveis pelo organismo e outros apenas colam. Além do corte terei dois drenos que, na melhor das hipóteses, ficarão comigo apenas nas 24 horas posteriores à cirurgia, estes drenos servirão para o corpo libertar restos de sangue,etc. O cirurgião explicou-me também as principais consequências da cirurgia: o acto cirúrgico pode levar à lesão de pequenas glândulas paratireóides que regulam o metabolismo do cálcio na circulação e nos ossos pela produção do hormônio PTH. A maior parte das pessoas operadas existe queda do cálcio no sangue com sintomas de formigueiro, contração muscular e perda de cálcio nos ossos fazendo-se, portanto imprescindível a reposição de cálcio que pode ser permanente ou passageira, através da toma de 2 comprimidos diários. Pode ocorrer também certa rouquidão por lesão dos nervos das cordas vocais, que será transitória ou permanente de acordo com o nível da lesão sofrida. A vida sem tireóide exige um acompanhamento periódico com endocrinologista e quando necessário ajuste das doses de levotiroxina. Uma das minhas maiores dúvidas prendia-se com o tratamento pós-cirurgico com iodo radioactivo. Fiquei mais tranquila por saber que nem sempre é necessário ser administrado. Cerca de 2 meses após a cirurgia terei que fazer novamente a cintigrafia para avaliar que restaram metástases. Caso isso se verifique aí sim, terei que efectuar o tratamento de iodo que requer isolamento. No que se refere ainda à cirurgia, o tempo de internamento pode variar entre os 2 e os 7 dias, depende da recuperação.
Serei entretanto chamada para ser operada dentro de 1 a 3 semanas. Neste momento nem sei o que mais me assusta, só quero que passe depressa e que logo logo esteja recuperada.